Comportamento e Bem estar de Coelhos

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                                         Comportamento e Bem estar de Coelhos

A Cunicultura visa à criação de coelhos ( Oryctolagus cunículus ) para a produção de carne e subprodutos. Essa é uma atividade bastante desenvolvida em diversos países, pois os coelhos são animais que em menor tempo conseguem produzir grandes suplementos de proteína de alto valor biológico.

O que é necessário para criação de coelhos?

Dentro da família, é possível observar espécies que podem atingir cinco quilos e outras que pesam apenas 300 gramas. Em relação ao seu comprimento, esta varia de 25 cm a 70 cm, com fêmeas sendo, geralmente, maiores que os machos.

A cauda dos leporídeos é relativamente curta, variando entre 1,5 cm e 12 cm. Uma das principais características dos coelhos é o ciclo curto de produção. Elas passam por um período de 31 dias de gestação e produzem, em média, 50 filhotes em até oito partos por ano.

Para uma boa reprodução é necessário um animal selecionado, de boa genética. Na fase de reprodução, os coelhos estão prontos por volta dos 6 meses de idade.

Pode-se utilizar vários métodos de acasalamento, sendo o mais indicado (maior controle de índices zootécnicos) o acasalamento natural controlado, o qual leva-se a fêmea à gaiola do macho e deixamos os mesmos se acasalarem naturalmente, isso permite um controle da criação e identificação dos machos/fêmeas com problemas reprodutivos.

Trata-se de um mamífero herbívoro que se destaca por suas longas orelhas e pernas traseiras. São capazes de correr rajadas curtas, e, para fugir de predadores, adotam a tática de se esconderem em tocas.

Raças:

Com a domesticação, houve o desenvolvimento de diferentes raças e variedades de coelhos devido à combinação de características de duas ou mais raças por cruzamento natural ou seletivo (quando uma particularidade específica almejada é selecionada por meio de cruzamentos pré-determinados). Geralmente, coelhos pequenos e anões são os mais procurados como animais de estimação, principalmente nos grandes centros, devido ao seu tamanho compacto e sua graciosidade. Porém, raças de médio e grande porte (gigantes) cuja criação é travada sobretudo para carne ou pelo também podem ser excelentes companheiros.

Dentição:

Os coelhos não são animais roedores, mas, assim como eles, apresentam dentes da frente que cuidam durante toda a vida. com crescimento contínuo de todos os dentes, por esse motivo é fundamental o desgaste diário por meio de alimentação adequada.

Território:

A hierarquia é importante, visto que os machos dominantes têm prioridade na época de acasalar. Normalmente, o coelho tem hábitos noturnos e se alimenta (herbívoro) desde o anoitecer até o amanhecer.

São animais bastante territorialistas e demarcam seu território com as glândulas odoríferas localizadas embaixo do queixo (submentonianas) e nas pregas cutâneas adjacentes ao órgão genital e ao ânus. Machos não castrados também marcam o território com jatos de urina.

Algumas espécies de coelhos cavam suas próprias tocas, outras, no entanto, utilizam buracos formados naturalmente ou feitos por outros animais. Podem ser observados em diferentes habitats, entretanto, preferem regiões onde há vegetação mais densa, permitindo que se escondam nela ou em suas tocas.

Cecoprofagia: Os coelhos realizaram a cecotrofagia, mecanismo fisiológico no qual há ingestão de cecotrofos diretamente do ânus. Os cecotrofos correspondem ao conteúdo fermentado no ceco (porção do intestino), rico em proteínas e vitaminas e envolvido por muco, assemelhando-se a cachos de uva. Sua ingestão é essencial para a absorção de todos os nutrientes necessários e não deve ser confundida com coprofagia (ingestão de fezes).

Alimentação:

Quando criado mais em regimes extensivos (acesso a pequenos piquetes) deve-se fornecer algumas gramíneas ou leguminosas (soja, alfafa...), complementando a alimentação com a utilização de rações balanceadas disponíveis no mercado. Quando a criação para intensiva, não há problema de fornecimento apenas de ração.

Predação:

Todos os animais pertencentes à família Leporidae são herbívoros, alimentando-se de frutos, sementes, raízes, gramíneas e cascatas de árvores. Possuem grande apetite e, por isso, foram consideradas exceções por muito tempo.

Os leporídeos podem ser predados por diferentes espécies, como corujas, gaviões, raposas, onças e, é claro, seres humanos.

Muitos leporídeos são usados ​​como alimento, como materiais para pesquisa e também como animais de sobrevivência. Os seres humanos os utilizam em pesquisas científicas, na alimentação, para obtenção de pele e também como animais de sobrevivência.

Habitualmente são silenciosos, mas emitem um som estridente quando estão machucados ou assustados. Outra forma de comunicação são os odores e o contato físico.

Pelagem:

A pelagem desses animais também é bastante desenvolvida, variando de acordo com a espécie treinada e sofrendo influência das estações do ano e do habitat.

Dentre as colorações de pelos observados, podemos citar a branca, a preta e o marrom avermelhada, creme, cinza, albino, chocolate, chinchila, prateado, quebrado, cutia, himalaia, arlequim hotot, tan, entre outras.

O comprimento do pêlo pode ser curto, médio, semi-longo e longo.

Os leporídeos apresentam como característica marcante as orelhas e os membros traseiros longos. Há diversos tipos de pelagem, com diferentes núcleos e padrões.

É preciso ter licença para criar coelho?

Segundo o Ibama, animais domésticos respeitados pela Instrução Normativa (93/1998) não precisam de autorização para criação ou recepção. Em casos de aves exóticas, a permissão também não é necessária, desde que sejam castradas conforme a IN (18/2011). Os coelhos são animais bastante inteligentes e relativamente fáceis de serem treinados, mas comparações com cães devem ser evitadas por serem espécies totalmente diferentes. E podem viver de seis a 13 anos, embora haja relatos de coelhos com idade superior (dependendo bastante da forma como são criados).

Importância econômica:

Ø Do coelho se obtinham o couro para a fabricação de casacos, bolsas e artesanato.

Ø O pelo é utilizado para fabricação de pincéis e chapéus.

Ø O excremento deste mamífero é utilizado como adubo e como complemento da ração de outros animais.

Ø O coelho também é utilizado como cobaia para testar a eficácia de remédios e é ainda para ensinar técnicas fisiológicas.

Ø Este animal também é usado como modelo experimental em pensamento de muitas disciplinas, feito genética, reprodução e fisiologia, entre outras.

Criação em cativeiro:

Os animais podem ser criados em gaiolas (dimensões de 80 cm de comprimento, 60 cm de largura e 45 cm de altura) individuais ou em baterias, dependendo do investimento do criador.

Para proporcionar o bem-estar dos animais a temperatura do local deve ficar em torno de 20º C e a temperatura em torno de 70%.

Cuidados para não estressar os animais (barulho, superlotação, etc.) devem ser tomados, visando uma maior produção.

O Tapeti ( Sylvilagus brasiliensis )

É uma espécie encontrada do México à Argentina, podendo ser observada em nosso país.

No que diz respeito ao seu habitat, destaca-se como um mamífero generalista, ocupando desde florestas até campos.

Seu hábito é crepuscular/noturno, e ele se alimenta de talos de vegetais, brotos e cascas.

Mede entre 21 cm e 40 cm de comprimento, e pode pesar cerca de 1,25 kg. Sua cor é parda amarelada, sendo mais escura na região do dorso.

Os tapetes são observados geralmente solitários ou aos pares.

Para fugirem de seus predadores, geralmente, se movem em zigue-zague.

O tempo de gestação é de cerca de 30 dias, e, a cada ninhada, nascem de dois a sete filhotes.

Em geral, podem apresentar duas ninhadas anuais.

O tapeti está classificado, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, como “em perigo”, e a tendência populacional é de decréscimo.

Referências Bibliográficas:

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